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AGORA!

Sou agora sou urgente sou pra ontem sou quente hora fogo...e paixão haja gozo...e tesão volátil, queimo fácil pavio curto, sabe como é... abusada, não tolero migalha Não me entedie. Apenas me ouse, use...desafie! Prove, eu sou doce feito pimenta. Te provo... posso ser o seu melhor paladar.

Resposta

Um dia eu disse ao universo que queria mais vida. Disse a ele que queria sorrir de verdade, ser leve como pipa que voa, colorindo o céu. Disse, também, que queria queria ter sorte Queria ser forte sem perder a ternura... Um dia, contei a ele, minha vontade de me apaixonar,  amar, ser eu, sendo outra- que um dia fora- Falei da minha vontade de querer  Vibrar Gozar e Brindar a vida! Como se cada dia fosse um Ano Novo Um reveillón regado à fogos de felicidade e chuvas de eternidade! Veio um recado de la: tenha fé... Vai acontecer! Eu, atenta a todos o sinais da vida, acreditei. Mergulhei nessa vontade, olhei nos olhos dela e disse:  consegui, agora sou! 

Mapa astral

Lua de São Jorge Lua de Júpiter Lua de fé! Meia, cheia... Inteira? Às vezes. Escondida, aparece no dia. E também sabe sumir à noite... Mistério! Me excita Queima mais que sol... Que o fogo É fogo. Não, é lua! E eu, o sol!  Meu Marte se aproxima da tua casa na Lua E quer morar Em quadratura com as estrelas No mapa não mais me perco. Na Terra não mais me encontro. Acho que estou no espaço. Procurando um anel de Júpiter Para presentear a Lua. Talvez "conste nos astros Nos signos, nos búzios..." Mas só disso eu tenho certeza: O céu é o limite.

Naturalmente

Te vejo... Tão perto Tão ao alcance das mãos... Em segundos Escapa por entre meus dedos. E, tão de repente, ja está em uma distância                 Continental. Parafraseio, sem medo, àquele que tanto me lê a alma. Quando percebo, ja "rodo as horas pra trás, roubo um pouquinho  E ajeito o meu caminho pra encostar no teu..." Mas somos lua e o sol. Um eclipse diário! Um espetáculo. Milagre                  Natural. Pode ser breve Um sopro Um arrepio Um piscar de olhos...  Ja aconteceu "Ja é" Ja somos. Ou, mais: Seremos!                  Plural.

Menina nos Olhos

E vendo teus olhos assim, marejados de amor Parece que têm culpa e um resquício, qualquer, de dor Te vejo chorar, sorrindo. Acho precioso a curva que a lágrima faz no seu queixo E, ao mesmo tempo, gosto da fragilidade de vê-lo (o queixo) tremer. Teu olho não mira certo em nada. E nem conseguiria. Nem você sabe, naquela hora, o certo. Tão confusa que a boca abre e fecha e balbucia e não diz nada E você, tão linda diante da dor Que ela me soa mais leve, menos densa. Sim, a dor é tua... Mas não parece tão ruim assim. Te vejo criança. Te vejo sem sua habitual segurança E me encanta. Imagino o que pensas de mim: gosta de ver e de fazer sofrer. Não. Só gosto da tua fragilidade.  É tão ligeira que preciso estar atenta à cada milímetro dela. Tão rara que poderia contar nos dedos quando a vi presente em ti. Lamentas bastante que emagrece a mágoa e seca a dor. Chora, a tristeza nem sempre é feia. Faz com que te tornes mais humana, mais bela, mais poética e fim.

Y así... (por Daniel Rodrigues)

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Minha agenda é um rascunho de poemas inacabados Meus dias são escritos em linhas tortas Onde Deus não incide Dias de um calendário que já não está mais aqui Onde fui parar? Que endereços são estes que me esqueci de onde ficam? Perdi-me Horas, dias que não são mais eu Não mais sou (Não mais sou?) arte: Daniel Rodrigues Frases que não querem se concluir Poesias que se prendem ao papel E nunca, nunca, jamais!, tomar vida As folhas são sua casa E, fechadas, no calor das páginas unidas, podem se eternizar naquilo que nunca foram Outras dessas, porém drummoniamente Se libertam  descolaram-se Ilíadas temerosas Ansiosas para serem invadidas de sentido E que, hoje, olham para o ventre de onde saíram e quase não se reconhecem “Eu fui eu?”, perguntam-se com espanto É de se espantar Meses repetitivos, que não mais se repetem Me angustia, mais do que tudo, não compreender palavras que eu mesmo escrevi O que contém ali? Quem eu era naquela hora, ali, quando a can

Algo sobre mim

Engana-se quem supõe me conhecer. Eu também não me conheço. Às vezes paro em frente ao espelho a me observar, tentar enxergar minha alma e ela se esconde se desloca a cada piscar de olhos que dou. Tão transparente que parece que nem existe. Tão densa que não consigo vê-la. Ela se alastra, se espalha mais do que eu possa querer. Me observo diariamente e penso estar sempre aquém do que devia. Será que me subestimo? Mas gosto de mim, me tenho apreço... No fundo, mas, bem no fundo sei de todos meus predicados e potenciais, mas escondo-os de mim mesma. É estranho quando paramos para reparar em nós mesmos, né?  Fácil é reparar o outro, apontar defeitos do outro, rir do outro, julgar o outro. Ora bolas, minha cara! Isso é humano e você também é. Olha eu, me julgando, mais uma vez! Mas acho que eu posso julgar a mim, não? Posso me condenar, também? Ou é cruel demais perante os preceitos humanos? Ai, sei lá. Pego fotografias antigas e fico pensando: "o que eu pensava essa época?&q